Deputada francesa recebe empreendedores brasileiros para tratar de inovação na saúde
Alexandra Radisson, do partido do presidente Emannuel Macron, conversou com representantes de duas startups que participam do StartOut Brasil
Paris (6 de dezembro) – A deputada francesa Alexandra Radisson, do partido do presidente francês Emannuel Macron, La République en Marche (LREM), recebeu hoje dois empreendedores brasileiros que participam da missão do StartOut Brasil. O novo programa de internacionalização de startups do governo federal promove, até 8 dezembro, uma semana de imersão no ecossistema de inovação parisiense. O StartOut é realizado pelo MDIC, Ministério das Relações Exteriores, Apex-Brasil, Sebrae e Anprotec.
No encontro com Alexandre Valverde, da Synappse Assist, e Rafael Figueroa, do Portal Telemedicina, e representantes do MDIC, Apex-Brasil e Sebrae, a deputada afirmou que o governo Macron tem buscado fomentar iniciativas ligadas à inovação na França.
O diretor de Inovação e Propriedade Intelectual do MDIC, Igor Nazareth, apresentou a Radisson os eixos de atuação do StartOut Brasil. Ele destacou que, até 2021, o programa levará 270 startups para diferentes mercados de inovação.
“Nosso objetivo é que as empresas brasileiras busquem novos mercados e pensem globalmente. Também queremos conectá-las com potenciais clientes, investidores e parceiros. A agenda da missão é montada para isso: já fizemos treinamento de pitch, visita a incubadoras e aceleradoras, a órgãos do governo francês e a outros atores que podem ajudar as empresas a se expandirem”, explicou.
Valverde e Figueroa apresentaram suas startups à deputada. A Synappse Assist é uma plataforma de monitoramento de saúde mental. A ferramenta analisa sintomas de ansiedade e depressão e dá orientações médicas aos usuários. O Portal Telemedicina utiliza inteligência artificial para processamento de exames e informações médicas. A aplicação conecta pacientes do Brasil todo a uma equipe médica sediada em São Paulo.
Radisson destacou que as iniciativas poderiam ser levadas a regiões remotas da França, onde há menos hospitais e médicos. Ela disse que apresentará as aplicações a representantes da Secretaria de Estado da Transformação Digital do governo e buscará abrir o diálogo com as startups.
Radisson é relatora da Comissão de Informação e Cibersegurança. Ela também é vice-presidente de três “grupos de amizade”, como é chamado na França as articulações do governo com outros países. Radisson coordena diálogos com Emirados Árabes, Mônaco e Itália.
Agenda
Nesta quarta, os empreendedores que participam da missão do StartOut Brasil em Paris visitaram uma das unidades da WeWork, startup de salas de trabalho compartilhadas. A empresa tem 264 escritórios em 21 países. Em Paris, a WeWork oferece estações de trabalho a partir de 450 euros por mês. Um outro serviço oferecido pela empresa é o acesso a lista de profissionais cadastrados na rede social exclusiva da WeWork.
Christian Pensa e Roberto Eyama, da Birmind, software de inteligência artificial para controle e manutenção de máquinas, tiveram encontros com consultores de negócios da Business France. “Eles vão nos conectar com a L’Oreal aqui na França e com fábricas da empresa no Brasil. Também encontramos um investidor anjo. Ele irá nos aproximar de um ator âncora da nossa indústria para investir na nossa aplicação. Também nos encontramos com o presidente de um instituto de pesquisa de automação industrial. A missão trouxe diálogos de alto nível que, talvez, não conseguiríamos ter sozinhos”, disse Pensa.
Os representantes da Aya Tech, startup que produz repelente para roupas que dura até 20 lavagens, tiveram uma reunião com Alexandre Barral, gerente de investimentos da Business France. No encontro, foram explicados os passos necessários para a abertura de uma empresa na França. Para Lucas Galvanini, gerente de comércio exterior e marketing da empresa, o encontro foi importante para dar mais confiança à equipe sobre o processo de internacionalização.
“Paris vai ser a Vale do Silício da Europa. E, pelo que estamos aprendendo com a missão do StartOut Brasil, não é um trabalho muito complicado montar e implementar uma startup aqui. É um ecossistema preparado para receber empreendedores de outros países”, destacou.
StartOut Brasil
O StartOut Brasil selecionará, por ciclo de imersão, até 15 startups com potencial de internacionalização para participar de missões no exterior. As empresas terão acesso à consultoria especializada em internacionalização, mentoria com especialistas no mercado de destino e treinamento de pitch. Além disso, durante a missão, cumprem agenda de trabalho montada para promover a prospecção de clientes e investidores e a conexão a ambientes de inovação. No último dia da missão, é realizado um demoday para investidores. Quando retornam ao Brasil, as empresas terão apoio para definir sua estratégia de internacionalização e realizar a efetiva instalação no mercado-alvo (softlanding).
No ano que vem, serão realizadas quatro missões de internacionalização. Em maio, as startups brasileiras terão a oportunidade de conhecer o ambiente de inovação de Berlim. No segundo semestre, as empresas irão a Miami e Lisboa, em agosto e novembro.
Catorze startups participam da missão em Paris: Portal Telemedicina (healthtech); Molegolar (arquitetura); Sellead (intercâmbio); N2N Virtual (e-commerce); Asel Tech (IOT no setor de óleo e gás); Aya Tech (saúde); Simbio (varejo); Checkmob (gestão de serviço de campo); Synappse Assist (healthtech); Birmind (indústria 4.0); Biosolvit (biotecnologia); Ergon Projetos (sustentabilidade); Noeh (moda/saúde); e Filho sem fila (educação/segurança).
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