Em oito meses, superávit comercial já é maior que de todo o ano passado
Saldo da balança chegou a US$ 48,1 bilhões, valor é o mais alto da série histórica iniciada em 1989
Brasília (1º de setembro) – O superávit da balança comercial brasileira dos primeiros oito meses do ano foi de US$ 48,1 bilhões, valor que já ultrapassa o total alcançado em todo o ano passado, US$ 47,7 bilhões. Trata-se de recorde da série histórica, iniciada em 1989. O valor é 48,6% maior que o alcançado de janeiro a agosto de 2016 (US$ 32,3 bilhões). Os números foram divulgados hoje pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
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O resultado de janeiro a agosto é fruto de exportações de US$ 145,9 bilhões e importações de US$ 97,837 bilhões. O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação, Herlon Brandão, destacou o crescimento de 18,1% das exportações e de 7,3% das importações. “O superávit vem crescendo com aumento dos dois fluxos de comércio. Claro que a importação depende da demanda interna, que vem se recuperando gradualmente. E as exportações têm sido favorecidas tanto por safras de grãos recordes, quanto aumento da produção de petróleo e minério de ferro e aumento dos preços desses produtos”, afirmou.
Segundo ele, o governo mantém a previsão de fechar o ano com um superávit na casa dos US$ 60 bilhões. “Pela característica sazonal da balança comercial, a soja, que foi um grande protagonista no primeiro semestre, deve perder força agora. Por outro lado, vamos ter crescimento dos embarques de milho, o que deve contribuir com maior força para nossos resultados. Também costumamos ter maiores embarques de minério de ferro no segundo semestre e esperamos ainda um aumento das importações de alguns produtos”, explicou. Brandão ainda ressaltou que historicamente os saldos comerciais registrados no segundo semestre são menores que os do primeiro, porém “com uma trajetória positiva e com possíveis recordes mensais pela frente”, concluiu.
Nos oito primeiros meses do ano, os maiores crescimentos das exportações foram óleos brutos de petróleo (101,6%), minério de ferro e seus concentrados (62,1%), soja (19,7%), automóveis de passageiros (53,1%) e açúcar em bruto (22,8%). Do lado das importações, os maiores crescimentos no período foram óleos combustíveis (+88,5), hulhas (+119,6%), circuitos integrados (+48%), naftas (38,2%), gasolina (+107%) e etanol (+276,1%).
Agosto
O mês de agosto também foi o melhor da série histórica com superávit de US$ 5,599 bilhões e crescimento de 35,3% em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 4,138 bilhões). No período, a exportação alcançou cifra de US$ 19,475 bilhões e as importações totalizaram US$ 13,8 bilhões. Os destaques do mês foram o crescimento de 48,6% das exportações de carne bovina in natura e o aumento de 6,6% da importação de bens de capital, que são insumos para a indústria. Segundo Brandão, essa rubrica não crescia desde junho do ano passado. “Ainda não podemos dizer que é um crescimento consistente, mas sem dúvidas é um dado positivo”, avaliou.
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