Em Paris, especialistas do mercado francês apresentam oportunidades de negócio a startups brasileiras
Novo programa de internacionalização de startups do governo levará, até 2021, 270 empresas para conhecerem diferentes ecossistemas de inovação
Paris (4 de dezembro) – Empreendedores de 14 startups brasileiras participaram, nesta segunda-feira, de um seminário sobre empreendedorismo, financiamento e pesquisa de mercado no ecossistema de inovação da França. Eles integram a primeira missão do StartOut Brasil, novo programa de internacionalização de startups do governo federal. O seminário aconteceu na Embaixada do Brasil em Paris.
Na abertura do evento, Alexandre Barral, da Business France, explicou que a França pode ser uma porta de entrada para o mercado europeu e africano. “Nosso país pode ser um hub muito interessante para a Europa e também para a África, pois temos uma convergência cultural, logística e linguística com diversos países africanos. O setor tecnológico também é bastante atrativo aqui. As startups podem contar com incentivos e financiamentos do governo e instituições privadas”, destacou.
De acordo com dados apresentados por Barral, os custos de implementação e operacionais na França são mais baixos que no Reino Unido, Alemanha, Japão e Estados Unidos. Como ele destacou, a Business France oferece acompanhamento gratuito no processo de abertura de empresa no país e apoio em missões de prospecção. O país também é signatário de acordos para evitar a dupla tributação de empresas.
Para Barral, o mercado de inovação será ainda mais interessante nos próximos anos. “Em 2024, sediaremos os jogos Olímpicos, o que, naturalmente, significará investimentos em diversas áreas. Além disso, o presidente Emannuel Macron deverá realizar, em breve, mais uma edição do French Tech Ticket, programa de aceleração do governo francês”, explicou.
Laurence Kirsner, também da Business France, apontou em sua apresentação outras vantagens do mercado francês. “Na França há disponibilidade de mão de obra e os profissionais são extremamente qualificados. Também temos muitos bancos instalados aqui. E a nossa economia é bastante diversificada: não é um país que vive do setor financeiro. Temos uma economia voltada a questões sociais, indústrias e startups.”
O cenário político e econômico também seria um fator bastante atrativo para os empreendedores. “As instituições políticas e jurídicas francesas são bastante estáveis. Os governos mudam, mas há segurança jurídica para as empresas. Também estamos simplificando e flexibilizando nossa legislação trabalhista, o que terá impacto positivo para a contabilidade das empresas”, apontou Kirsner.
Nova capital da economia europeia
Odin Demassieux, da organização Cap Digital, compartilhou com os empreendedores brasileiros informações sobre o efetivo processo de instalação no país, chamado de softlanding. A Cap Digital, como ele explicou, ajuda a conectar os empreendedores inovadores a investidores e fundos públicos.
“É importante que vocês conheçam nosso ecossistema antes de virem pra cá. Sugiro que, se possível, façam testes para saber se sua estratégia de internacionalização é sustentável. Além disso, é interessante que um fundador da empresa se mude para o país para garantir que todo processo ocorra da melhor maneira possível”, aconselhou.
Para Demassieux, a França é o local certo para quem quer entrar no mercado europeu. “Somos a porta de entrada. Na Espanha e em Portugal não há tantas empresas grandes como aqui. Na Alemanha, existe uma barreira linguística grande e, no Reino Unido, o cenário é bastante competitivo. Quem se estabelecer na França, ganhará outros mercados”, disse.
Em seguida, Aurelies Capus e Frederic Boute da F Initiatives apresentaram aos empreendedores algumas das vantagens fiscais e tributárias que as empresas brasileiras irão encontrar na França, como um crédito para realização de pesquisa e desenvolvimento e mecanismos de fomento do governo para jovens empresas inovadoras.
Daniel Coutinho, empreendedor brasileiro sediado na França, também conversou com os representantes das startups que integram a missão do StartOut. Ex-diretor de uma empresa da holding Louis Vitton, ele acredita que a França é a “nova capital da economia europeia”.
“Nunca foi tão bom para uma empresa brasileira se instalar na França. O contexto do Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia] fez com que o país se tornasse um destino para muitas empresas. O mercado tem se modernizado com a reforma trabalhistas. A mão de obra francesa é muito qualificada. A localização é central para acessar muitos mercados aqui na Europa”, disse.
Pitch
No começo da tarde, houve uma rodada de palestras com prestadores de serviços franceses. Advogados, consultores de mercado, representantes da Câmara de Comércio Brasil-França e especialistas da área de recursos humanos explicaram aos participantes da missão as particularidades do mercado francês.
Em seguida, os empreendedores apresentaram suas startups a um investidor francês e dois outros convidados ligados ao ecossistema de inovação do país. Em quatro minutos, eles falaram a respeito do seu modelo de negócio, do mercado em que se inserem e das parcerias que buscam na França para ampliar suas operações.
No domingo, foi realizado um treinamento do pitch com Vinícius Machado, da Startadora, instituição que oferece treinamentos e capacitações a empresas e governos com métodos e ferramentas do universo das startups. Machado compartilhou diferentes técnicas e estratégias para aprimorar a apresentação e o discurso dos participantes da missão.
Agenda
Amanhã (5) as startups visitarão incubadoras e aceleradoras francesas. Estão programadas visitas à Paris&Co, Le Hub – Bpi France e Station F. Também haverá um encontro com a equipe da Blablacar, plataforma de transporte que conecta motoristas e passageiros e promove o compartilhamento de carros em viagens de longa distância.
Catorze startups participam da missão em Paris: Portal Telemedicina (healthtech); Molegolar (arquitetura); Sellead (intercâmbio); N2N Virtual (e-commerce); Asel Tech (IOT no setor de óleo e gás); Aya Tech (saúde); Simbio (varejo); Checkmob (gestão de serviço de campo); Synappse Assist (healthtech); Birmind (indústria 4.0); Biosolvit (biotecnologia); Ergon Projetos (sustentabilidade); Noeh (moda/saúde); e Filho sem fila (educação/segurança).
Confira aqui a agenda completa da primeira edição do StartOut Brasil
Sobre o StartOut Brasil
O StartOut Brasil selecionará, por ciclo de imersão, até 15 startups com potencial de internacionalização para participar de missões no exterior. As empresas terão acesso à consultoria especializada em internacionalização, mentoria com especialistas no mercado de destino e treinamento de pitch. Além disso, durante a missão, cumprem agenda de trabalho montada para promover a prospecção de clientes e investidores e a conexão a ambientes de inovação. No último dia da missão, é realizado um demoday para investidores. Quando retornam ao Brasil, as empresas terão apoio para definir sua estratégia de internacionalização e realizar a efetiva instalação no mercado-alvo (softlanding).
No ano que vem, serão realizadas quatro missões de internacionalização. Em maio, as startups brasileiras terão a oportunidade de conhecer o ambiente de inovação de Berlim. No segundo semestre, as empresas irão a Miami e Lisboa, em agosto e novembro.
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